Famílias do Trairi trocam experiências no Seridó sobre o reúso de águas e a produção agroecológica no Semiárido

Participantes do intercâmbio no quintal agroecológico no Seridó potiguar. (FOTO: Caio Barbosa – SECOM/SEAPAC)
CAIO BARBOSA | ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO – SEAPAC
CURRAIS NOVOS | RIO GRANDE DO NORTE
Na última quinta-feira (28), o SEAPAC promoveu um intercâmbio rural intermunicipal entre famílias agricultoras do Trairi e do Seridó, reforçando o compromisso com o desenvolvimento sustentável no Semiárido potiguar. A atividade levou as agricultoras e agricultores das comunidades do Catolé e Cabaceiras, em Lajes Pintadas, até a comunidade Boa Esperança, na zona rural de Currais Novos, para conhecerem de perto práticas agroecológicas e tecnologias sociais que transformam a realidade do campo.
O encontro aconteceu na propriedade de José Fernandes (carinhosamente chamado de “Seu Duda”) e sua filha Rayanne Keli, uma das 30 famílias beneficiadas pelo projeto Semeando Esperança no Seridó potiguar, apoiado pelo Banco do Nordeste. A recepção calorosa incluiu um café da manhã coletivo, logo após Rayanne guiou os visitantes pelo seu quintal agroecológico, demonstrando o funcionamento do sistema de reúso de águas cinza, uma tecnologia essencial para garantir o aproveitamento da água em uma região onde a seca é um desafio constante. O projeto Semeando Esperança também incentiva a produção sustentável de palma e forrageiras, fortalecendo a bovinocultura leiteira e promovendo segurança hídrica, alimentar e o saneamento rural.
Além da troca de experiências sobre o uso eficiente da água e a organização dos quintais produtivos, o intercâmbio serviu como um espaço de diálogo e aprendizado coletivo. Os participantes, entre eles agricultores do Trairi, representantes da EMATER de Currais Novos e a equipe técnica do SEAPAC, puderam tirar dúvidas, compartilhar vivências e fortalecer laços de cooperação entre as comunidades.
A agricultura familiar é a espinha dorsal do meio rural no Trairi e no Seridó potiguar, sendo responsável por 79,9% dos estabelecimentos agrícolas no Rio Grande do Norte e absorvendo 67,8% da mão de obra do setor no estado (IBGE, 2019; IPEA, 2020). Apesar dessa relevância, os pequenos agricultores enfrentam desafios como: a constante ameaça da escassez hídrica. Diante desse cenário, tecnologias sociais como o reúso de águas cinzas tornam-se soluções estratégicas para fortalecer a produção rural, garantindo segurança hídrica e alimentar.
INTERCÂMBIO: DE CAMPONÊS PARA CAMPONÊS
A experiência promovida pelo SEAPAC demonstra que inovação e conhecimento compartilhado são caminhos essenciais para transformar a realidade do semiárido e garantir um futuro mais digno e produtivo para as famílias agricultoras da região, pois permite o cultivo sustentável de alimentos e forragens, impulsionando a agricultura familiar e fortalecendo a economia local.
O Intercâmbio rural foi encerrado com uma roda de conversa, onde surgiu o convite para que a família de Seu Duda e Rayanne visitem a comunidade do Catolé, ampliando essa troca de saberes e fortalecendo ainda mais a rede de apoio entre os agricultores familiares. Essa iniciativa reafirma a importância de ações pedagógicas como o intercâmbio, que não apenas disseminam conhecimento, mas também fortalecem a agricultura familiar e promovem a convivência harmoniosa com a Caatinga.
Preste a completar 32 anos de atuação no Semiárido potiguar, o SEAPAC segue sua missão de ser um pilar fundamental no fortalecimento da agricultura familiar, promovendo tecnologias sociais e incentivando a autonomia dos agricultores para uma vida mais digna e sustentável.