Agroecologia e tecnologia social: colhendo esperança no Seridó potiguar

Encerramento do projeto do SEAPAC com apoio do Banco do Nordeste celebra dois anos de conquistas, integrando tecnologias sociais e agroecologia para fortalecer a vida das famílias camponesas no Rio Grande do Norte.

Seminário final projeto “Semeando Esperança” – (FOTO: CAIO BARBOSA/SEAPAC)


Caio Barbosa – Assessoria de Imprensa | SEAPAC
Caicó – Rio Grande do Norte

No sertão do Seridó, onde cada gota de água carrega a força da resistência, o SEAPAC celebrou no dia 24 de setembro o encerramento do projeto Semeando Esperança no Seridó. O seminário “Colhendo Esperança”, realizado em Caicó com apoio do Banco do Nordeste, marcou o ponto alto de uma caminhada de dois anos que transformou a realidade de famílias agricultoras e reacendeu sonhos em meio à aridez do Semiárido.

Foram 30 famílias beneficiadas diretamente nos municípios de Caicó, Cruzeta e Currais Novos, que viveram na pele a mudança trazida pela integração da tecnologia social do reúso de águas cinza com a prática agroecológica em seus quintais produtivos. Onde antes a água do banho ou da pia se perdia, hoje ela irriga quintais agroecológicos, garantindo alimento, renda e dignidade. Essa união entre simplicidade tecnológica e sabedoria camponesa fez florescer um caminho de prosperidade e segurança hídrica mesmo em tempos de estiagem.

30 famílias reunidas em grupos para contar suas histórias. (FOTO: CAIO BARBOSA/SEAPAC)

Ao longo de 24 meses, o SEAPAC promoveu intercâmbios, oficinas e dias de partilha que reuniram comunidades de Acari, Jardim do Seridó, São João do Sabugi, Serra Negra do Norte, Parelhas, Lagoa Nova, Jucurutu e Florânia. Mais do que estruturas físicas, o projeto cultivou redes de solidariedade e cada encontro foi um terreno fértil para o aprendizado coletivo, onde as experiências se multiplicaram e a esperança se espalhou como sementes.

Seminário foi realizado no Centro Pastoral Dom Wagner em Caicó. (FOTO: CAIO BARBOSA/SEAPAC)

O apoio do Banco do Nordeste via Fundeci – Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação foi fundamental para viabilizar essa semeadura, reafirmando a força da parceria entre instituições e comunidades. Com 32 anos de atuação no Semiárido, o SEAPAC já implantou mais de 22 mil tecnologias sociais e beneficiou mais de 100 mil pessoas em todo o Rio Grande do Norte. Essa trajetória mostra que, quando há investimento em soluções adaptadas e sustentáveis, a esperança se transforma em colheita real para as famílias camponesas.

As famílias contaram suas histórias durante o seminário. (FOTO: CAIO BARBOSA/SEAPAC)

O seminário final, realizado no Centro Pastoral Dom Wagner, em Caicó, foi marcado por emoção e gratidão. Entre depoimentos de famílias e falas de parceiros, ficou a certeza de que o projeto deixa mais do que resultados: deixa raízes de transformação. Como disse uma das agricultoras presentes:

A água que antes era desprezada agora alimenta a vida”.

No Seridó, a esperança não é promessa distante: é fruto colhido nos quintais agroecológicos irrigados com reúso de águas.

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