A construção de novos biodigestores levam esperança às famílias campesinas de Lajes Pintadas (RN)

Atualizado: 8 de ago.

Seapac impulsiona a agricultura familiar no Trairi com energia sustentável e a agroecologia por meio de tecnologias sociais para uma melhor convivência no semiárido potiguar.

Construção dos biodigestores em Lajes Pintadas (RN). (FOTO: Caio Barbosa)

Caio Barbosa | Assessoria de Comunicação do SEAPAC Natal | Rio Grande do Norte

Um cenário de esperança e prosperidade ganha força no Semiárido Potiguar, com a agroecologia e a tecnologia social despontando como protagonistas na transformação da realidade das comunidades da agricultura familiar. O projeto “Biodigestor: uma fonte alternativa de gás metano e de biofertilizante” do Seapac tem como objetivo oferecer apoio integral às famílias campesinas da região, proporcionando não apenas uma fonte de energia renovável, mas também uma fonte de renda transformadora para a comunidade.

Com um ritmo acelerado, a equipe local do Seapac vem conduzindo as ações do projeto, que prevê a construção de 25 biodigestores nas comunidades rurais do município. Mais do que apenas fornecer os materiais necessários, o projeto busca empoderar as famílias campesinas por meio do conhecimento. Foi realizado um curso de dois dias, onde todos participantes receberam orientações detalhadas sobre o funcionamento e o manejo adequado dos biodigestores. Essa iniciativa visa garantir que todos compreendam o potencial dessa tecnologia e possam utilizá-la de forma eficiente. Além disso, o projeto também ofereceu oficinas para os pedreiros locais, garantindo a qualidade das construções e incentivando a participação ativa da comunidade no processo.

As escavações já foram concluídas, e a construção dos biodigestores avança a todo vapor, com a previsão de finalização até o final deste mês de agosto. Com isso, aproximadamente 200 pessoas serão diretamente beneficiadas pela tecnologia social, e o Seapac superará a marca dos 50 biodigestores construídos no município somente este ano. A visão inspiradora da agroecologia integrada a tecnologia social já começa a se materializar, com a equipe local do Seapac trabalhando incansavelmente para concretizar a construção de 25 biodigestores em sete comunidades rurais do município.

Intercâmbio rural promovido pelo Seapac em conjunto com a ONG Engenheiros Sem Fronteiras. (FOTO: Caio Barbosa – SEAPAC)

Essas novas tecnologias sociais são frutos do projeto “Biodigestor: uma fonte alternativa de gás metano e de biofertilizante”, uma parceria entre o Seapac e a Fundação Banco do Brasil que por meio do programa “Voluntariado Banco do Brasil” apoia o projeto. Os biodigestores são tecnologias sociais de baixo custo, que possibilitam o reaproveitamento de detritos e dejetos de resíduos provenientes do território familiar, a partir disso é gerado o biogás e o biofertilizante.

O gás metano é produzido pela digestão anaeróbica de bactérias, podendo ser utilizado como fonte de energia renovável. Além disso, esse processo anaeróbica de bactérias também gera o biofertilizante, um insumo agrícola natural que pode ajudar na ampliação dos quintais produtivos fortalecendo a agricultura familiar e estimulando a agroecologia no território.

O projeto “Biodigestor: uma fonte alternativa de gás metano e de biofertilizante” é uma proposta para ajudar as famílias campesinas a terem mais autonomia energética, financeira e conquistarem seu direito ao saneamento básico rural, além de possibilitar a ampliação dos quintais produtivos.

Serão construídos 25 biodigestores em 7 comunidades de Lajes Pintadas/RN. (FOTO: Caio Baborsa – SEAPAC)

Tecnologia Social: gerador de renda e fomentador da agroecologia

Os biodigestores são ferramentas estratégicas para o saneamento rural no território pois possibilita o aproveitamento de resíduos orgânicos que, de outra forma, poderiam se acumular e causar problemas ambientais, como a contaminação do solo e da água. Com a produção de gás gerado pelo biodigestor cada família poderá economizar mês a mês na compra do botijão de gás ou diminuir consideravelmente o desmatamento que era realizado para alimentar os fogões artesanais.

Outro benefício direto realizado pelo biodigestor é o fortalecimento da agricultura familiar e o estímulo da agroecologia no território. O biofertilizante é um produto natural gerado pela tecnologia social e rico em nutrientes essenciais para as plantas e pode ser usado para melhorar a fertilidade do solo, aumentando a produtividade das culturas agrícolas e reduzindo a dependência de fertilizantes químicos, com isso economizando financeiramente também.

Além da implantação das tecnologias sociais, o projeto tem como proposta pedagógica o acompanhamento direito da famílias para que possam durante o período de alimentação do biodigestor estarem amparadas pela equipe do Seapac, e com isso, também existe o estímulo para ampliar as produções agrícolas em cada unidade familiar, tanto pelo uso do biofertilizante, como pela integração de outras tecnologias sociais como o reuso de águas e as cisternas.

A energia renovável gerada pelos biodigestores é apenas o começo de uma jornada promissora. A agroecologia e tecnologia social são os pilares que sustentam o desenvolvimento de uma agricultura familiar mais resiliente e próspera. O Seapac e as famílias campesinas estão unidos nessa jornada para dar um passo significativo em direção a uma vida mais sustentável e integrada ao semiárido.

Agricultoras e agricultores que participam do projeto dos biodigestores apoiado pela Fundação Bando do Brasil. (FOTO: Caio Barbosa)