Finalizadas no fim de 2023, as primeiras unidades da tecnologia social já estão produzindo biogás e biofertilizantes logo nos primeiros dias de 2024. Seapac já implementou 66 unidades no Semiárido potiguar

Hecléia Machado | Assessoria de Comunicação do Seapac
Natal | Rio Grande do Norte
Após impactar positivamente a vida de agricultores e agricultoras familiares na região do Trairi, chegou a vez das famílias campesinas do Alto Oeste Potiguar se beneficiarem do biogás e biofertilizante produzidos pelos biodigestores. Fruto de articulações do Seapac com apoio da Conferência Episcopal Italiana (CEI), a construção da nova leva de biodigestores teve início no final do ano passado e já começa a mostrar resultados nos primeiros dias de 2024.
O projeto idealizado pelo Seapac prevê ao todo a implementação de 33 unidades da tecnologia social, das quais 15 estavam previstas para conclusão até o final de 2023. Entregues dentro do prazo, 11 destes novos biodigestores já estão em plena produção de biogás, enquanto os outros 4 já instalados, seguem o processo de alimentação e em breve já estarão produzindo biogás e biofertilizante.
A construção de novos biodigestores leva esperança às famílias campesinas de Lajes Pintadas
Luiz Gonçalves, agricultor familiar de São Miguel, foi um dos que começaram 2024 podendo contar com um biodigestor em pleno funcionamento. “Para mim, o biodigestor foi muito importante. É um sistema que eu não conhecia antes, mas está sendo muito bom, é uma melhoria grande para a família ter gás para cozinhar sem precisar ficar comprando”, conta Luiz.
O sucesso e a rápida produção de biogás na região é o resultado de meses dedicados à capacitação das famílias beneficiadas. Nesse processo, a dinâmica de Intercâmbios Rurais e Dias de Partilhas do Seapac, foram cruciais, permitindo que famílias do Alto Oeste conhecessem de perto o funcionamento dos biodigestores no Trairi, região pioneira na implementação desta tecnologia social.
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Quando o assunto é eficiência durante o processo de construção, a expertise acumulada no Trairi foi aproveitada com sucesso pela equipe do Seapac, o que resultou em biodigestores prontos para operar em tempo recorde. Além disso, a interação entre os agricultores familiares permitiu o esclarecimento de dúvidas de maneira prática e direta, o que contribuiu no processo de alimentação e no manejo diário, e com certeza foi decisivo para que a produção começasse.
Nas palavras de Fabrício Edino, engenheiro agrônomo do Seapac, ao implementar a tecnologia Alto Oeste, foi animador perceber a curiosidade dos potiguares em conhecerem e aderirem à nova tecnologia que, até então, não era popular na região. “A chegada dos biodigestores despertou o interesse de muita gente, inclusive de parceiros de outros municípios que ainda não fazem parte da área de atuação do Seapac. Muitas pessoas nos ligam e nos procuram para saber como fazer parte dessa estratégia para uma melhor convivência com o semiárido”, conta.
O interesse de famílias agricultoras e até de representantes de outros municípios pelos biodigestores é extremamente animador, pois alimenta a esperança da criação de uma rede que usa a agroecologia e tecnologias sociais visando a prosperidade no semiárido potiguar. O objetivo é claro: levar a tecnologia social para um quintal produtivo mas garantir que ela não se atenha apenas a aquele espaço, e sim que sirva de semente para semear esperança e soberania alimentar no semiárido.
A união do sucesso na implementação e no manejo dos biodigestores garantiu um começo de ano próspero em 2024, colhendo os frutos de um trabalho que foi sonhado desenvolvido ao longo do ano anterior. O Seapac já implementou 66 biodigestores no Rio Grande do Norte, com isso, reafirmando o seu compromisso em expandir e colaborar cada vez mais com o cultivo da prosperidade e da agroecologia no Semiárido potiguar, promovendo desenvolvimento sustentável e qualidade de vida para as famílias campesinas da região.