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Revista alerta para a expansão de biocombustíveis às custas da floresta Amazônica


Segundo Lucas Ferrante, "nenhum biocombustível, é viável para a região amazônica, e todos vão causar danos indescritíveis" (Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil)

No dia 6 de novembro de 2019, o governo Bolsonaro revogou o decreto 6.961, de 17 de setembro de 2009, que estabelecia o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar e impedia a expansão do cultivo na Amazônia e no Pantanal. O decreto, defendido até mesmo pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), tornou o etanol brasileiro um produto de exportação diferenciado, pois é o único biocombustível de primeira geração aceito pela União Europeia, Japão e outros países como medida de redução das emissões de efeito estufa, por proteger os biomas do desmatamento.


Em artigo publicado na revista Nature, no início de janeiro, os pesquisadores Lucas Ferrante e Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), conclamam a comunidade científica, os formuladores de políticas públicas e a população a desenvolver ações coordenadas contra os planos de ampliar a produção de biocombustíveis às custas da floresta Amazônica.


Os pesquisadores alertam que, além da revogação do decreto do zoneamento da cana-de-açúcar, há planos de produzir mais óleo de palma como biocombustível em Roraima, com a inauguração de uma usina de processamento em abril passado e, no oeste do estado do Amazonas, estão previstas novas estradas que podem abrir áreas anteriormente inacessíveis para plantações de palma, impulsionando outros ciclos de desmatamento.


Outro ponto preocupante, segundo os pesquisadores, é um consórcio anunciado pelo governo com investimentos de R$ 4,4 bilhões em seis estados amazônicos – Amazonas, Acre, Amapá, Mato Grosso, Rondônia e Roraima – para instalação usinas de energia alimentadas por etanol de milho. Em entrevista, o pesquisador Lucas Ferrante esclarece como os atuais planos de expansão de biocombustíveis do governo Bolsonaro podem pressionar ainda mais as florestas tropicais brasileiras e o que pode ser feito para evitar o aumento no desmatamento.

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