O segundo dia (27 de junho) do intercâmbio dos 20 campesinos e campesinas da Guatemala, El Salvador e Honduras e de representantes de organizações de apoio à agricultura familiar, incluindo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), focou a mudança em curso nas relações de poder a partir do processo de empoderamento das mulheres e jovens rurais. Os visitantes foram para Esperança-PB, um dos 14 municípios do Polo da Borborema, uma articulação de sindicatos rurais e organizações de apoio à agricultura familiar em 14 municípios do território.
O grupo visitou propriedades de famílias agricultoras que convivem com o Semiárido a partir de estratégias e tecnologias que os deixam cada vez mais autônomos com relação aos recursos necessários para viver e produzir, como água, sementes crioulas, biogás e alimentos para os animais. Uma das famílias vive o dilema da sucessão rural. Com os pais ficando velhos e os primeiros cinco filhos indo viver na cidade, os três mais novos escolheram ficar no lugar em que nasceram e viveram por vislumbrarem condições para isso.
Os visitantes conheceram a ação articulada dos sindicatos rurais no território da Borborema, numa apresentação precedida de uma contextualização da ocupação histórica da região e da luta pela reforma agrária iniciada na década de 1980. A atuação em rede se expressa na defesa do direito à água, às sementes crioulas (denominadas de sementes da Paixão, na Paraíba) e tantos outros que constroem soluções regionais para os complexos desafios que enfrentam. Para a conservação e multiplicação do estoque de sementes crioulas das famílias, construiu-se uma rede de sementes, desde 1993. Atualmente, possui 62 equipamentos com estoque estimado em quase 13 toneladas de sementes da paixão, como são chamadas pelos agricultores.
Fonte: www.asabrasil.org.br
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