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‘Estamos diante de um Estado de exceção ambiental’


De acordo com especialistas, queimadas estão relacionadas ao desmatamento, além de provocarem poluição que, nesta segunda (19), fez do dia "noite" em São Paulo (Foto: arquivo EBC)

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, o governo de Jair Bolsonaro tenta criar uma “cortina de fumaça diante de sua inação” para combater o desmatamento na Amazônia. Por conta da repercussão negativa internacional sobre o aumento de focos de incêndios na região, Bolsonaro tem levantado suspeitas sobre o trabalho de Organizações Não-Governamentais (ONGs) na região, chegando a insinuar que elas poderiam estar por trás das queimadas.


Apesar de, nos últimos meses, órgãos de monitoramento ambiental apontarem um aumento de desmatamento na Amazônia, como o mais recente boletim do Instituto de Pesquisa Nacional Independente (Imazon), que confirmou a tendência de crescimento da devastação no local, o estopim de toda a crise ambiental ganhou mais destaque na mídia tradicional com a massa de poluição que avançou por pontos de São Paulo, escurecendo o dia.


O episódio também serviu para tornar mais evidente o aumento no número de queimadas, que, de acordo com Bocuhy, ocorre em decorrência da falta de fiscalização e do desmantelamento das políticas ambientais promovidas por Bolsonaro. “Estamos diante de um Estado de exceção ambiental”, descreve aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual. A narrativa de apoiadores do governo e do próprio presidente para justificar a alegada participação de ONGs na promoção de incêndios é que essas organizações estariam “se vingando” por perderem recursos provenientes do exterior por meio do Fundo Amazônia, que apoia mais de 100 projetos em prol da preservação ambiental.


Desde que o Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, assumiram seus postos de governo, todas as políticas ambientais ficaram em xeque. Mesmo o fundo de recursos foi alvo de mudanças, o que desagradou seus principais doadores, Noruega e Alemanha que, nas últimas semanas, optaram por suspender os repasses diante do aumento do desmatamento no governo Bolsonaro. Na comparação com julho de 2018, neste ano, houve um aumento de 278% na taxa de devastação, segundo levantamento do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Dizer que o Fundo Amazônia era para as ONGs é uma balela. Na verdade, o Fundo atendia não só os poderes públicos estaduais e municipais, como também as próprias comunidades que vivem na Amazônia e que tinham o incentivo ao extrativismo sustentável, que é uma saída econômica para aquela região”, afirma.

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